Objectivos | A crianVa | A tarefa de Ensinar | A integraVao
 
- Ensinar   tecnologia
- desenho do   curriculo
- Competencias
- Orientar   actividades
- avaliaVao e   auto-  avaliaVao
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 4. Avaliação e auto-avaliação

A avaliação é intrínseca à actividade educativa da escola: quando se ensina alguma coisa, o objectivo é que se aprenda, o que implica que saber quais foram os resultados e avaliá-los para que tenham consequências sobre o ensino.

O que deve ser avaliado? O progresso de cada aluno, evidentemente, quer em termos de atitude, quer em termos de competência para explicar ou agir. No nosso contexto de educação tecnológica e tendo em conta o modelo educacional holístico que assumimos, a aprendizagem dos conteúdos conceptuais é evidentemente de longo prazo e, quanto mais pequenas as crianças, mais longo o prazo exigido. Os conteúdos atitudinais são sempre de médio ou longo prazo, mas em questões de conteúdos procedimentais espera-se um progresso mais marcado.

É importante realçar que, no contexto do nosso ensino, a avaliação do conteúdo conceptual de um domínio exige pedir e reunir explicações sobre factos e situações concretas (verbalmente, por escrito, com desenho, etc.). Para obter uma informação completa do nível de conhecimento do aluno, o professor tem de saber reconhecê-la nas explicações coligidas:

-       estruturas explicativas,

-       estratégias de raciocínio,

-       vocabulário específico usado.

Para avaliar conteúdos atitudinais e procedimentais, as orientações são demasiado genéricas. No entanto, a eventualidade da existência de atitudes diferentes entre rapazes e raparigas face à tecnologia requer um acompanhamento particular.

Também é necessário avaliar as dinâmicas dos grupos, com especial atenção a ser prestada aos papéis assumidos e eventuais diferenças entre rapazes e raparigas. É importante aplicar medidas que levem a uma maior igualdade de género e melhorem a colaboração entre alunos.

A validade e adequação das actividades também têm de ser avaliadas. Os dados coligidos durante a observação dos alunos e dos grupos de trabalho constituem a matéria-prima da avaliação das actividades, embora se tenha de prever a existência de alguma variável específica que tenha de ser observada, tal como, por exemplo, o material usado, o tempo, o espaço ou as condições de trabalho, etc..

Por fim, é evidente que, se os professores desenvolvem investigação, as suas actividades têm de ter uma avaliação específica.

Passaremos agora à auto-avaliação dos alunos e do professor. Nos últimos tempos, tem havido uma mudança contínua do significado da avaliação do aluno no sentido de uma concepção mais educativa e menos punitiva. Esta mudança faz parte de uma tendência mais geral que preconiza que o aluno adquira uma maior consciência da sua aprendizagem e que atribui maior responsabilidade e poder de decisão ao aluno no seu próprio processo educativo.

De acordo com estes princípios, foram introduzidas práticas educacionais tais como o contrato entre o professor e o aluno, o aluno tutor ou o auto-diagnóstico e a auto-avaliação.

A auto-avaliação exige que o professor fale com os alunos mais novos sobre o que aprenderam, se trabalharam muito ou pouco, ou se ficaram satisfeitos com o que fizeram, etc. Com os mais velhos, pode experimentar-se uma avaliação mais elaborada, por exemplo, perguntando-lhes o que acham que sabem e o que pensam que deveriam aprender sobre um determinado tema ou situação. Pode perguntar-se-lhes o que consideram que aprenderam depois de desenvolver uma actividade, ou pode até pedir-se-lhes que o relacionem com o seu diagnóstico inicial, etc..

A componente da auto-avaliação das tarefas dos professores que correspondem à função de desenho curricular já foi incluída na avaliação de actividades. A melhor forma de avaliar a orientação de actividades é através da gravação vídeo de uma aula. Esta auto-avaliação requer tempo e deve ser feita em grupo, apesar disso, é importante fazê-la de vez em quando, porquanto os professores nem sempre têm consciência das características do seu desempenho na sala de aula.

Cerveró, J. M.; Cabellos M.; Castells, M.

 

5. Referências

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